Aristóteles uma vez comentou sobre escravidão servidão natural que a servidão é um instinto, um instinto não de serviço aos outros, mas de serviço ao seus próprios desejos. E és dito no budismo que as dimensões mais esotéricas não se revelam a aquele que não faz o voto do bodhisattva compaixão e serviço a todos os seres sentientes.
Não conheço o budismo a fundo. Mas concordo com o que ele disse sobre a escravidão ser uma sujeição aos nossos próprios desejos. Um amigo meu que dizia que só é escravo quem quer. E muita gente quer mesmo. Mas é uma servidão proveniente de uma desarmonia interior (melhor dizer: de um descalabro).
Mas é necessário esclarecer esse ponto. Porque é um problema de harmonia interior. Veja como é tão comum nos deixarmos levar por certos impulsos (psíquicos ou seja lá o que for) sem nos darmos conta. Quando esses impulsos não estão bem integrados conosco, é como se fosse outra pessoa nos comandasse.
És como se a nossa personalidade fosse fragmentada! Mais ou menos aquilo que já São Paulo dizia: "Porque eu não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero."O bom rei Dom Duarte escreveu um livro muito interessante chamado "O leal conselheiro". Nos capítulos LXXX e LXXXI, ele menciona o que seriam as "casas do coração" e os males acarretados pelo desordenamento dessas casas. Embora o livro inteiro seja uma espécie de tratado de como ser gente, esses capítulos em especial tratam desse problema da harmonia interior.
(E a obra foi dedicada à esposa. Não foi uma atitude bonitinha? 😄 rs)